24 maio, 2009


O pouco que sobrou

"Eu cansei de ser assim.
Não posso mais levar,
se tudo é tão ruim.
Por onde eu devo ir?
A vida vai seguir.
Ninguém vai reparar.
Aqui neste lugar.
Eu acho que acabou,
mas vou cantar
pra não cair
fingindo ser alguém
que vive assim de bem.
Eu não sei por onde foi.
Só resta eu me entregar.
Cansei de procurar
o pouco que sobrou..."


Mas a fé não me abandonou.

22 maio, 2009



As sem razões do amor,
Carlos Drummond de Andrade

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

19 maio, 2009

Deixo tudo assim, não me importo em ver a idade em mim. Ouço o que convém. Eu gosto é do gasto. Sei do incômodo e ela tem razão quando vem dizer, que eu preciso sim de todo o cuidado.

E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz, quem então agora eu seria? Tanto faz. E o que não foi não é. Eu sei que ainda vou voltar, mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver vaidade em mim. Eu digo o que condiz. Eu gosto é do estrago. Sei do escândalo e eles têm razão quando vem dizer que eu não sei medir nem tempo e nem medo.

E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado? Olha, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim? Dispenso a previsão. Se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição. Vou levando assim, que o acaso é amigo do meu coração, quando falo comigo, quando eu sei ouvir...

Aaahh...

17 maio, 2009

E é muito. De noite, de madrugada, de olhos inchados e cabelos despenteados, ao acordar, ao levantar, seja café da manhã, almoço ou jantar, mau humor e mais uma série de desencantos.

Sem tardar, a qualquer hora.

Amor aos montes.

Elenise Penha

Ver-te é como ter à minha frente todo o tempo

Ver-te é como ter à minha frente todo o tempo
é tudo serem para mim estradas largas
estradas onde passa o sol poente
é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar
se o tempo existe se existiu alguma vez
e nem mesmo meço a devastação do meu passado

Ruy Belo

15 maio, 2009

se ao menos um verso
se ao menos o sonho
se ao menos o dia

me viesse à mente
me viesse à vida
e que fosse feliz

apareça sorriso de dentes brandos!
para mudar o curso do universo
ou ao menos o passar bem do tempo

13 maio, 2009

Por que amo tanto?

11 maio, 2009

"Percepcência"

o cinza-claro

de longe

parece branco.