16 fevereiro, 2009

nem sempre é a hora de tirar a casca da ferida

plaquetas inúteis!


agora dei pra sonhar acordada
como se todas as luzes fossem felizes
e um rio de coisas palpáveis

agora dei pra esquecer o que sonho
o que fazer quando se tem que escolher?


o que fazer quando se tem que abandonar um sonho para conseguir outro?


às vezes é melhor fechar os olhos

Elenise Penha

12 fevereiro, 2009

06 fevereiro, 2009

o frio dos ossos dói nas vísceras

vi meu rosto nas sombras
as árvores eram altas
da alameda não dos anjos
assim como os sonhos
.........os cacos quebrados

a vontade é chegar em casa
para o não-sossego
o travesseiro que não é confidente
a cama que só aquece
.........proteção contra a chuva
..............não contra tempestade

é frio, mas a água não congela

Elenise Penha
vivo a apertar o tempo, sorrir para os lados, falar
meu silêncio é pouco, confesso
.........seu reinado é interno

......................................apague a vela, minha filha, pra economizar.
............................................só tem essa.
vi meu rosto no escuro
........não gosto do gosto dele
meu nome é Elenise, sou viciada em auto-punição.
sou uma menina mimada (por quem mesmo? por mim mesma)
gosto das coisas do meu jeito,
......................................................sempre

04 fevereiro, 2009

No alto da estante [cont.]

e ele não precisa sorrir pra ela
faz perguntas que a deixam tonta
e a faz sentir o que ela nunca imaginou
através do tempo que passa tão interessantemente...

[essa palavra ainda não existe]

Elenise Penha
sou fraca
a medida que perco meu colágeno
me deixo levar por sentimentos pífios e tolos e humanos
sou farpa
os dias são longos
e eu me arrasto por eles como se fosse normal e comum ser assim
sou fóssil
sinto como se o peso das vísceras aumentasse o dos olhos
e os fizessem derramar
como tanto querem
prefiro parar

estou farta

de mim

sou farsa, farsa

nem escrever mais sei, e a cada dia sou mais humana

Elenise Penha