28 abril, 2008

A ti, 2ª pessoa

Manifesto anti-separação

não te quero a meu lado, sempre. não quero-te, mais tanto. mas desejo. tremo e ardo em tua presença. de vontade. de loucura. de mim + ti. não por nós. erro, gaguejo pois só tenho uma vontade. você, apenas você. não te amo. não lembro da tua presença no frio da madrugada, na solidão... nem você. e tudo queima. só cinzas. por isso teus olhos brilham. por isso a imantação de nossos átomos. já não tenho mais escolha. é tudo vermelho. vermelho-fogo. vermelho-fogo-pimenta, pimenta no céu... da boca, de nossas bocas que não se juntam. porque é paradoxo muito. difícil demais... e concomitantemente fácil.

Elenise Penha

24 abril, 2008

seu verso

qual a cor do seu verso?

verde
vãos
voando
violentamente
volatizando-se
em violetas
verbalizadas
no ventre
do vendedor
venezuelano
de vasos...

... de flores


o verrrrrrrrrrrso vermeeeeeeeelho


violentamente
viu! lentamente
violetas-na-mente

Elenise Penha

22 abril, 2008

a solidão é fera
é amiga das horas
é prima irmã do tempo...

... e faz nossos relógios caminharem lentos
causando um descompasso no meu coração

devora, devora devora!

19 abril, 2008

olheiras
e uma marchinha fúnebre ao longe...

pra onde fora o vento???

Elenise Penha

16 abril, 2008


guarda-chuvas na parada de ônibus
quase meia-noite
vários tamanhos, várias cores
várias pessoas
chove fora de chove dentro
é frio, é tarde
muito ônibus, muito ônibus
mas não moro em Timon
muito menos no Dirceu
vários garda-chuvas na parada de ônibus
eu também tenho guarda-chuva
mas está fechado
não tenho medo de chuva
não tenho medo de chover
está molhado


Elenise Penha

13 abril, 2008

Alguém aí sentiu dor na alma?!

12 abril, 2008

Infância



Comi algodão-doce
e vi um pirilampo...

As cantigas de roda ainda são as mesmas,
mas não têm o mesmo gosto...


.
Tenho que aprender a ser mais independente do mundo

11 abril, 2008

As coisas muito me impressionam. Olho tudo. A gente planeja, planeja e nada sai como o pensado. Pior é que tudo isso se encaixa como se a vida fosse um pivete lerdo brincando de lego. No final sai o castelo. E tudo se encaixa. às vezes, as pessoas, a música, os sinais. Tudo. Olho tudo mas vejo tão pouco. Ainda tenho que morrer um pouco mais.

Elenise Penha

09 abril, 2008

poema,
poema que se esquece
no fundo do armário
junto à antigas cinzas
e dores
de futuros cadáveres

poemas,
poemas empoeirados
e cartas soltas suicidas
daquilo que poderia ser vida
de atuais micróbios

poema,
pra ema
gema do coração quebrado

Elenise Penha

06 abril, 2008

Telhado de mim


photo-poesia: Elenise Penha

música de fundo: Peito vazio - Cartola
frio
gelo pra mim és
frio
escafandrista na lua

neve, nevo
nego

não adianta

Elenise Penha

05 abril, 2008

"Chega de saudade"

02 abril, 2008

Poeminha Ordinário

"Nada de extremos
Nem mais pétalas nem espinhos
Nem amores arrebatadores
Nem amargura e solidão
Nada de veneração ou desprezo
Indiferença talvez me baste
Ou no máximo uma inclinação

O que eu não quero é dor
Quando quiser amar
E nem fingir sorrir
Quando quiser chorar."

Éverton Diego

Poesia belíssima!