29 dezembro, 2008

Ele é vício
idéia fixa
ela se fascina
a cada passo que ele dá
cada suspiro
cada movimento
e sente o aperto
estando com ou sem

Elenise Penha

22 dezembro, 2008

rasga toda a minha tristeza
uma fórmula que ninguém mais tem
amarra e rouba meus pensamentos
na hora que quer
no jeito que tanto me convém...

Elenise Penha

21 dezembro, 2008

muito fácil responder quando o mundo sorriu pra mim... à outra parte da vida só restam os versos de Leminski:

"que tudo passe
e passe bem"

e as nuvens cinza, com passos sorrateiros, vão deixando seus raios que queimam quase tudo por onde passam e deixam tudo preto aos olhos. tá bunito pra chuver, mas o clima sempre seco não dá chances a umidades superiores. e tudo é tão distante, tão distante, que só ouço vozes escritas quando meus olhos passeiam por lugares estranhos. é amargo esse sabor. o cheiro é mais que familiar. as cores? não, não... chega.
bom dia, boa tarde e boa noite.

ah! se tudo passe
e se passe sem?

Elenise Penha

Sour Times

To pretend no one can find,
The fallacies of morning rose,
Forbidden fruit, hidden lies,
Curtises that I despise in me

Take a ride, take a shot now,

Cos nobody loves me, it's true,
Not like you do

Covered by the blind belief,
That fantasies of sinfull screams,
Bear the facts or soon will die,
End the vows no need to lie
Enjoy

Take a ride, take a shot now,
cos nobody loves me, it's true,
Not like you do

Who oo am I, what and why
cos all I have left is the memories of yesterday,
Ohh the sour times

cos nobody loves me, it's true,
Not like you do

After time the bitter taste,
Of innocence decent or race
Scattered seed, buried lives,
Histories of our disguise,revolve
Circumstance will decide

Portishead
penso torto

cai da cama ao sonhar

e nem consigo absorver estrelas

incapaz de flutuar


Elenise Penha




26 novembro, 2008

Tentação

tente! a ação
emoção
ebulição...

amor, paixão

Tentação Dois

tento a ação
de parar
não olhar
nem chamar

tudo em vão...

Tentação Trëis


MORDO, NÃO RESISTO.

06 novembro, 2008

"E quando o meu bem-querer ouvir
O meu coração bater demais
Há de me rasgar com a fúria
A fúria, a fúria, a fúria dos animais"

Chico Buarque

04 outubro, 2008

ao acordar, tiro a areia em teus olhos, retirando assim teus últimos resquícios daquela terradistante. então trago-te a mim, para junto desta realidade que mais parece um sonho quando lado a lado estamos.

um até logo a Sandman
um beijo em Delirium

obrigada, Desejo... :)

08 agosto, 2008

Quando eu vi você

quando eu vi você
tive uma ideia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante

basta um instante
e você tem amor bastante

Paulo Leminski

06 agosto, 2008

Velhice

as mãos doem
as rugas crescem por todo o corpo
as lágrimas secam
a dor aumenta
você enrudece

enrubrece do Sol que não só castiga
o coração

dor, em todos os membros
dói o passado
o que passou não vai embora

e as rugas tomam conta
do seu cérebro

a cor, é cinza

como um ponto
qualquer

Elenise Penha
por favor, fique

(és minha felicidade prosopopeada)
sinta-se à vontade

pode fazer o que quisermos

Elenise Penha

[das cores, todas]

azul
o céu que sorri
cinza como minh'alma
amarelo como o sorriso nicotinado
verde como o vestido da poetiza
marrom como o mar que um dia vi

roxo
o cabelo da menina
dourado como a cajuína
negro é que que perdi

mas vermelho, bem vermelho é meu sangue
que desce por entre minhas pernas
e me faz lembrar que um pouco de mim pode ser imortal
algum dia

[brilhantes como alguns olhos]

Elenise Penha

02 agosto, 2008

Sombras


Sombras são legais
e ainda mais

quando estão maiores


Elenise Penha
Bang-Bang!
foto: Elenise Penha

.just like heaven.

31 julho, 2008

Sunday Morning

"Eu me lembro quando eu era jovem
Me sentindo triste na manhã de domingo
Eu não quero fazer isso nunca mais.

Esperando numa fila com uma mente suja
Limpe-a na manhã de domingo.
Eu não quero fazer isso nunca mais

Um dia por semana nós oferecíamos a face

Oh, como nós nos ajoelhávamos.
Oh, nós éramos tão quietos.
Nunca, nenhuma luz lá...
Eu não ligo, não estava certo lá...

Acorde cedo, arrume seu cabelo.
Melhor do domingo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.

Chá e torradas na sala de visitas.
Nós fizemos isso tudo na manhã de domingo.
Eu não quero ver isso nunca mais.

Nós entramos no medo, para adorar aqui.

É errado sentir. É errado preocupar-se.
Você não deve roubar, você não deve xingar.

Eu não quero fazer isso nunca mais.
Eu não quero fazer isso nunca mais."

26 julho, 2008

Anjo IV

Lágrimas de anjo viram jujubas. Vermelhas, as de paixão. Que são as mais saborosas, apesar de mancharem o travesseiro. Nosso anjo viu os olhos azuis de uma anja e neles encontrou o reflexo d’Ele. Antes que me pergunte, anjos trepam. Anjos não têm sexo. Mesmo assim, fazem. Amor de anjo é puro, mas o caminho para Vênus anda cheio de meteoritos que machucam as asas. No depois, não fumam. Balançam os pezinhos, e agitam os braçinhos, e assim fazem aquela brisa que sentimos no começo da manhã. Toda brisa que bate no rosto das gentes numa manhã de sol é orgasmo de anjo. Sorria para as brisas! Mas nosso anjo, sempre um tanto desbocado, ensaca jujubas roxas. “Merda!”. Jujubas roxas são lágrimas que os anjos derramam quando sentem saudades.

.andré gonçalves.
in Coisa de Amor Largadas na Noite

.just like heaven.

23 julho, 2008

História sem mim



Era uma vez um homem. Seus 30 anos, sem filhos. Sem. não acreditava, não desacreditava. Nem sorria, nem chorava. Escrevia. E por entre seus desenhos garrafais uma vez viu uma mulher. Uma vez. Desejou ele que fosse um sonho. Desacreditou. Perdeu a inspiração. Tinha amigos? Tinha pra quem contar? E em uma de suas reuniões no gabinete cerebral resolveu esquecer, já tinha desacreditado mesmo. Então lembrou que tudo nesse mundo é possível, as pessoas é que não acreditavam. Lembrou que era uma pessoa. Lembrou da existência das metáforas. Lembrou que tinha um coração. Que era homem e podia desejar uma mulher, aquela mulher. Desejou-a então.

Queria morar com ela.

Tornou-se um homem com filhos.

Elenise Penha

.just like heaven.

história sem mim

21 julho, 2008

nós nos apegamos com o presente. é engraçado. nos apegamos tanto ao agora que se tem a impressão que nunca vai acabar, que as coisas não vão mudar. mas elas mudam. e nós, no apego, não percebemos.

[há certos momentos que queremos que durem pra sempre...]
o bom é que, por causa disso, dessa constante inconstância, a vida não se torna monótona.
[é bom mudar...]

Elenise Penha

Mein Sonne


"Alle warten auf das Licht
fürchtet euch fürchtet euch nicht
die Sonne scheint mir raus den Augen
sie wird heute Nacht nicht untergehen
und die Welt zählt laut bis zehn

Eins
Hier kommt die Sonne
Zwei
Hier kommt die Sonne
Drei
Sie ist der hellte Stern von allen
Vier
Hier kommt die Sonne
Fünf
Hier kommt die Sonne
Sechs
Hier kommt die Sonne
Sieben
Sie ist der hellte Stern von allen
Acht, neun
Hier kommt die Sonne"

Rammstein - Sonne

.just like heaven.

19 julho, 2008

tenho grades
e elas são altas
com cacos de vidro na ponta
e sensores de movimento

há apenas um cadeado?!

Elenise Penha

17 julho, 2008

remédios e pílulas em pequenas e agradáveis quantidades




Analgésico que alivia as dores,
anestésico com efeito colateral de apeito no peito,
fragrância favorita...

Mãos atravessando a pele com temperaturas diferentes
se igualam, amenizam...
o tempo corre com medo do que possa acontecer.
passa ônibus, passam perguntas, sangue corre nas veias, ar atravessa os pulmões.

Ponteiros velozes, segundo vorazes
veludosas vozes
em sussurros
sem raciocínio.

Fascínio.

Elenise Penha


[remédios e pílulas em pequenas e agradáveis quantidades, doses incalculáveis, cura.]

.just like heaven.

16 julho, 2008

Kann ein herz zerspringen?


10 julho, 2008

tenho sonhos estranhos a noite e desejos esdrúxulos durante o dia.
neles um homem de vermelho me dá as costas,
um ônibus surge,
uma fatia de bolo derrete.
vejo tantos passando, não dizendo nada,
tão estranhos,
tão estranhos que prefiro não escutar os passos...

... desocupo o espaço.

minha cabeça dói.

Elenise Penha

em alguns momentos meu passado desaparece com um simples olhar. esqueço dele e gosto disso. esqueço tudo. lembro-me de sorrir e fecho os olhos. depois lembro de agradecer, mas nem sempre faço isso. simples fatos já o fazem.


e é tudo tão forte, tão forte, que prefiro apagar a luz...
... e respirar.


(meu passado é pequeno, muito pequeno.)

Elenise Penha

.just like heaven.

06 julho, 2008

Star

o bem estar (junto)
na sala de estar
com falta de ar

pulsar, pulsar, pulsar

Elenise Penha

... Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Quero viver, quero ouvir
Quero ver...

Zeca Baleiro

28 junho, 2008

...


ameno dori me

25 junho, 2008

respiro melhor... bem melhor.

17 junho, 2008

saudade

mais-que-saudade
necessidade
que invade
sem piedade

maldade essa de ficar longe...

15 junho, 2008

a arte que bate na porta
lamento
o tempo que sobe nas costas
há vento?

morta.

Elenise Penha

12 junho, 2008

ínfima arte?
infarte.

desandou a parte?
descarte.

Elenise Penha

Teu corpo seja brasa

teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo

um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo

Alice Ruiz

08 junho, 2008

como pode
alguém
causar
a paz
de um céu azul
e
o vermelho
de um isqueiro aceso
ao mesmo tempo
?

tiração suspiros
piração de sentidos,
minha brisa no rosto
aquece e acalma
enlouquece

Elenise Penha
um abraço pra te esquentar
um vermelho pra te vestir
um beijo pra te ver feliz



pra quê mentir?!?!?!


Elenise Penha

03 junho, 2008

pra transformar o que eu digo...


sempre quis um verso simples
nada de problematizações
sem frescuras e irritabilidades
versos simples e claros
não-rebuscados e brandos

brancos

leves

feito as nuvens que passam pela minha vista constantemente
e que ultimamente sustentam o não-peso do meu andar...

["por um segundo mais feliz"]

Elenise Penha

01 junho, 2008


Meu caro,
Queria só garantir
De recostar meu sentir
No teu contente
Entende?
É uma questão de
chover mais na frente
O que era previsível.

Laís Romero

[eita! digo mais nada...]

27 maio, 2008

Sessão cartas II

ir embora, ficar longe de pessoas, de humanos. humanos são os causadores dos meus problemas. pessoas e dinheiro. e como dinheiro é feito por pessoas, logo...

cansada. cansada da vida, de frescura, de não poder fazer, de não poder ver, de não poder. cansada do tempo, do rodoviária, do sono, das festas, das bandas, das pessoas... é o acordar todo dia de manhã já sabendo do final do dia. é ficar triste por estar bem, aparentemente bem, superficialmente bem, falsamente bem. cansada da falsidade, da brutalidade e da falta de educação. tenho que levantar, escovar os dentes e sair todos os dias.

e o líquido hidroxilado não adianta. e os abraços demorados não são para sempre. o sorriso é só externo. a fumaça vai matando aos poucos.

festas estranhas. o pouco que muda também é estranho. com pessoas estranhas. conversas estranhas e cousas estranhas. cenas de embrulhar o estômago, respirar fundo e olhar pro céu: "fica quieta que uma hora acaba, fica calada que uma hora passa, aproveita e sai daí."

vontade de trancar as porta de novo, só preciso lembrar onde pus as chaves...

queria ter pelo menos um pouco de paz. 24 horas de sossego. 24 horas... sem memória.

de que adianta sorrir? o rosto esquece, mas a mente não. mas adianta... adianta por milésimos de milésimos de segundos - é o tempo, a trégua que o cérebro dá - um período sem memória, uma fração de vida.

ah! e quase ia esquecendo... obrigada.

Àquele que me faz feliz.

Elenise Penha

22 maio, 2008

"Que é só mais um lamento entre tantos já feitos
quisera desse jeito lembrar de outros tempos
só pra matar um pouco a saudade
mesmo assim querendo que você não ouça
meu grito aqui de longe
minha dor, meu lamento"

Mais um Lamento - Céu
apertos no peito, olhos ao céu, abraços que salvam, momentos que matam, sorrisos e sonhos...

ôô vida de gado!

20 maio, 2008

Não, obrigada...

17 maio, 2008

Crônica dos braços não torcidos

Pessoas. Pernas em movimento. Dentes a mostra. Copos e fumaça entre os dedos. Muitas pessoas: festa.
Ele está distante. Ela também.
Está confusa e um tanto animada, talvez ansiedade para vê-lo. Talvez. Seus olhos não cruzaram com os dele até aquele momento.

Ele continua distante. Então ela o vê, corre e vai a seu encontro. Não abraça. Um balde de hidrogênio líquido cai sobre sua cabeça. Ela não se importa. Várias partes dela já estavam congeladas a tempos.
Ele permanece na pose, aliás, os dois. Dois corpos que ansiavam por se encontrar, mas não admitem. Nenhum braço é torcido.
Mas ele a observa, de longe. Todos os movimentos, todos os passos. Tudo. Cada gesto, cada palavra é gravada. Ele é sutil.
Talvez goste dela, talvez.

Quando estão sozinhos, os dois se entendem muito bem. Ali não é necessária nenhuma pose. Ali ele tira a máscara e desamarra os punhos. Ele a abraça e olha no fundo dos olhos dela.
Não é necessário nenhuma palavra.

Mas... isso é real???
...

Isso já faz muito tempo. Eles agora não se vêem mais. Encontros casuais, apenas. Ele mudou, ela também. Ela terminou o curso. Ele arranjou um bom emprego. Cada um com seus afazeres. Até que, um belo dia, ao cruzar a calçada, os olhos se encontram. Um risco de reconhecimento passa pelo cérebro de ambos. Um sonhos antigo, um sonho. Faz tanto tempo. Ela continua linda e ele aprendeu a erguer os olhos, mostrando todo o seu charme. Mas os olhos apenas se cruzam. Nada mais. Só o sonho permanece. Nada mais. O telefone não grita. A campainha não soa. Nada mais.




13 maio, 2008

tempo parado

nada.

nada de poesia

nada.

só vermelho

sangue quente

corpo quente

que ferve, que arde

mais nada.

06 maio, 2008

Primogênito acróstico

anos juntos
amigo, filho, irmão
de nada, cara

para meu amigo. criatura, és o maior e mais belo de todos!

A
pareceste pra mim sei bem quando
é
s aquilo que me fascina, meu grande amigo
c
erteiramente com sua beleza inefável
i
nstalou-se em minha torpe existência, sem comando
o
irmão mais novo que tenho sempre comigo


obrigada por existir na minha vida...

04 maio, 2008

Um gole de vinho

palavra presa na garganta
sonhos estranhos
pessoas mortas
imagens surdas
fortemente sentidas

corpo
corpo
carne

.copo

viveu a moça de passagens
sem juízo
sem perdão
sentindo tudo

[garçom, mais uma dose desses, por favor]

02 maio, 2008

O doce sabor da ilusão

é demais p'ra mim,
realmente demais pra mim
estar ao lado teu,
tão bela criatura
[tua beleza calada
grita a mim, tão forte]
iluminando meu silêncio
e meus olhos fundos, tão pesados,
que não encaram os teus mas não pensam n'outra coisa
tua presença ali, constante
meus reflexos burros nada conseguiam fazer

é o coração... é o coração...

"minh'aura a teu lado estava"

Elenise Penha

01 maio, 2008

quebrei todos os meus anéis e fiz cortes em meus pulsos. vi o sangue, gota a gota, negro ao tocar o chão. é só sangue - disse o menino ao passar. é só sua vida. e o sangue manchou todos os livros, folha por folha, destruindo os antigos poemas e cartas inúteis. por-que não adianta só dizer, dizer, dizer. as olheiras se aprofundam e tudo em volta vai enegrecendo. "é só sua vida" - ecoa a voz. "queria enlouquecer" - diz a outra. por-que cansei de ser doida, doida de pedra. pedra degastada pelo intemperismo.

Elenise Penha

28 abril, 2008

A ti, 2ª pessoa

Manifesto anti-separação

não te quero a meu lado, sempre. não quero-te, mais tanto. mas desejo. tremo e ardo em tua presença. de vontade. de loucura. de mim + ti. não por nós. erro, gaguejo pois só tenho uma vontade. você, apenas você. não te amo. não lembro da tua presença no frio da madrugada, na solidão... nem você. e tudo queima. só cinzas. por isso teus olhos brilham. por isso a imantação de nossos átomos. já não tenho mais escolha. é tudo vermelho. vermelho-fogo. vermelho-fogo-pimenta, pimenta no céu... da boca, de nossas bocas que não se juntam. porque é paradoxo muito. difícil demais... e concomitantemente fácil.

Elenise Penha

24 abril, 2008

seu verso

qual a cor do seu verso?

verde
vãos
voando
violentamente
volatizando-se
em violetas
verbalizadas
no ventre
do vendedor
venezuelano
de vasos...

... de flores


o verrrrrrrrrrrso vermeeeeeeeelho


violentamente
viu! lentamente
violetas-na-mente

Elenise Penha

22 abril, 2008

a solidão é fera
é amiga das horas
é prima irmã do tempo...

... e faz nossos relógios caminharem lentos
causando um descompasso no meu coração

devora, devora devora!

19 abril, 2008

olheiras
e uma marchinha fúnebre ao longe...

pra onde fora o vento???

Elenise Penha

16 abril, 2008


guarda-chuvas na parada de ônibus
quase meia-noite
vários tamanhos, várias cores
várias pessoas
chove fora de chove dentro
é frio, é tarde
muito ônibus, muito ônibus
mas não moro em Timon
muito menos no Dirceu
vários garda-chuvas na parada de ônibus
eu também tenho guarda-chuva
mas está fechado
não tenho medo de chuva
não tenho medo de chover
está molhado


Elenise Penha

13 abril, 2008

Alguém aí sentiu dor na alma?!

12 abril, 2008

Infância



Comi algodão-doce
e vi um pirilampo...

As cantigas de roda ainda são as mesmas,
mas não têm o mesmo gosto...


.
Tenho que aprender a ser mais independente do mundo

11 abril, 2008

As coisas muito me impressionam. Olho tudo. A gente planeja, planeja e nada sai como o pensado. Pior é que tudo isso se encaixa como se a vida fosse um pivete lerdo brincando de lego. No final sai o castelo. E tudo se encaixa. às vezes, as pessoas, a música, os sinais. Tudo. Olho tudo mas vejo tão pouco. Ainda tenho que morrer um pouco mais.

Elenise Penha

09 abril, 2008

poema,
poema que se esquece
no fundo do armário
junto à antigas cinzas
e dores
de futuros cadáveres

poemas,
poemas empoeirados
e cartas soltas suicidas
daquilo que poderia ser vida
de atuais micróbios

poema,
pra ema
gema do coração quebrado

Elenise Penha

06 abril, 2008

Telhado de mim


photo-poesia: Elenise Penha

música de fundo: Peito vazio - Cartola
frio
gelo pra mim és
frio
escafandrista na lua

neve, nevo
nego

não adianta

Elenise Penha

05 abril, 2008

"Chega de saudade"

02 abril, 2008

Poeminha Ordinário

"Nada de extremos
Nem mais pétalas nem espinhos
Nem amores arrebatadores
Nem amargura e solidão
Nada de veneração ou desprezo
Indiferença talvez me baste
Ou no máximo uma inclinação

O que eu não quero é dor
Quando quiser amar
E nem fingir sorrir
Quando quiser chorar."

Éverton Diego

Poesia belíssima!

28 março, 2008

Deixa quieto

Não sou poeta
Sou fungidôra
Sou besta
Sou égua
Sou fútil
Sou feia
Sou menina réa do buchão
Sou inútil
e não sou metida [infelizmente!]
**queria mandar gente se lascar e não consigo**
Sou idiota
Sou egoísta
não extravaso minha raiva, não choro minhas dores
Aprendi a gritar pra dentro
bem alto
bem forte
fico quieta
**mas ultimamente está sendo tão difícil**
Nunca procurei a porra do amor sincero que o Tim Maia fala
mas às vezes me pego esperando
uma espera pior que a do rodoviária, que tem hora certa pra passar e mesmo assim atrasa
Sou mentirosa
engano os bêsta mesmo quando não quero
Já fiz gente sorrir
Jjá fiz gente gritar [e gritei junto]
Já fiz chorar...

Já assisti big brother, [num nego] já fiz xixi na cama, já comi com a mão, já comi terra com a mão, já chutei concreto, já dei murro mole e errado em gente, já caí em público, plantei bananeira, levei chifrada [de um cabrito :P], peguei carrêra de bicho, peguei carrêra de gente... já me perdi e já me achei; já me escondi e fui esquecida.


Também já tive paciência


(...)


fico quieta.
fale comigo
mas,
por favor,
não torre minha paciência inexistente


Tenho muitos livros inacabados e ainda mais milhares e milhares de outros pra começar.


e, não, eu não quero só amar

Elenise Penha

25 março, 2008

tenho dois olhos, dois narizes e duas bocas... assim olho tudo, sinto tudo e falo tudo.
como tudo
calo tudo
grito tudo

***

tento. tudo.
quase mudo.
quase.
mudo!

Elenise Penha

23 março, 2008

Poeminha: nem dela, nem meu

"Despertam docemente as brisas
Sopram, perenas, noite e dia,
por toda parte a sussurrar.
Aroma tenro, nova melodia.
Agora, pobre coração, reanima-te:
Agora tudo, tudo mudará.

Faz-se o mundo mais belo cada dia.
Se o momento presente é tão feliz
o amanhã que surpresas não trará!
Floresce ao longe o vale mais sombrio.
Agora, pobre coração, esquece a mágoa.
Agora tudo, tudo mudará."

Ludwig Uhland

Obrigada Yasmim!

22 março, 2008

Reticências II

Medo.
o que é isso?
te faz sofrer, agonizar
Medo.
uma lágrima no rosto
um suspiro
um tiro para o ar
Medo.
te faz sofrer, te faz gritar

Medo.
alguém pede ajuda
a doença incurável
um corte no céu
Medo.
um socorro sufocado
um olho arregalado
Medo:
te faz parar.

Tenho medo da morte, cara, como muitos por aqui. Tenho medo de assalto, justamente por não ter nada. Quero continuar com minhas pernas no lugar. Tenho medo e não minto.

Mas o medo é somente dos choques mecânicos, cara, só deles.

Elenise Penha

Falando em...

... medo.

"o nome disso é medo..."

o seu, não o meu.

19 março, 2008

Tudo

Tudo é uma grande prosa...

...com sabor de poesia!

:)

Elenise Penha

Pode até parecer fraqueza...

Sabe o que mais gosto?
O que eu penso... é só meu. E o que eu sinto é mais meu ainda. Se eu falar, não vai ser a mesma coisa. Talvez, se eu fizer algo, é que possa ter algum efeito ou validade. Mas mesmo assim o que eu sinto continua sendo meu, apenas meu. Ainda bem.

Sabe o que mais gosto mesmo?
Não digo.

"O que eu penso e o que eu sinto ninguém precisa saber..."

Mas alguns sabem.

Pois que seja fraqueza então\o/

Elenise Penha

Valor... Sentido... Razão...

De que valem os escritos se o que importa é o sentido. A ambigüidade é um dom e também uma maldição. Esse é o mal de se viver em bando. O seu verde pode ser o verde-oliva do outro.

Raios!

17 março, 2008

Rá - -

15 março, 2008

-

Não quero um amor pueril.

.Tea for one

Volare

as cores se despedem
elas vão embora

- não! não!
- é assim...

as cores vão embora
mas o preto e o branco
são as cores que nunca vão embora

"num dia de tristeza me faltou o verbo
faltou o verso
e veio o sopro
... o sopro do vento carregando vida"

Elenise Penha

14 março, 2008

Pedaços

Tento...
... me desespero, me descabelo e grito.
Nas mãos, o sangue da mordida
as plaquetas,
a saliva.

.. o gosto de ferro que sai das feridas.

parece que a vida parou
não sei
tubo quântico?

degenerado momento louco
lembranças torpes, ensandecidas

e o tempo faz estradas
e a visão faz estragos

e a imaginação?

Elenise Penha

13 março, 2008

.

Oi José? Tudo bem com você?

Pois é, voltei. E voltei diferente. Diferente porque consigui realizar aquilo que você pensava que não, que eu não ia conseguir. Eu lia em seus olhos, eles tinham um sorriso dentro. Um sorriso de desdém.

Voltei pra avisar isso: consegui. E vou continuar conseguindo tudo aquilo que você duvida de mim. Você me fez muito triste, José. Mas hoje eu lhe agradeço, por tudo.

Obrigada.

[Agora você é apenas uma música triste. Uma música que eu não escuto mais.]

[Mas ainda posso e tenho o direito de escrever pra você.]

[Nada de reticências, só pontos.]


.De uma antiga amiga

[.]

letra em cor
tormento em flor
barco sem amor

... a alma pesa

como pode?

06 março, 2008

Fome

sinto fome
fome de quê?
fome sonhos é que não pode ser

tenho fome
fome de quê?

é possível mesmo sentir saudades de algo que nunca teve?

22 fevereiro, 2008


Sou ariano torto, vivo de amor profundo...

...

pelo menos por enquanto :)

13 fevereiro, 2008

Ela sentia os cabelos longos,
de vários anos.
Como se tivesse vivido muito,
sentia o rosto mais moreno
e o olhar mais sério.
Os pés se acostumaram ao frio do chão
e da vida.
a alma

Então ela se levantou no meio da madrugada:
um peso (talvez) menor nas costas...
(até a letra mudara?!)
Não era mais menina.
Não mais.

"Escrevera por hoje."

10 fevereiro, 2008

Quero aumentar minha sombra...
não sabia o que calava,
mas infelizmente sentia.
sabia o que falar, o que falar.
não podia.
a toalha caída. o ruído da mãe.
o deja vù. o vento frio.
a alma, a alma.

não sabia o que calar, e sentia.

03 fevereiro, 2008

poesia para menina

menina, menina

se cuida menina
que a noite chega
e o Diabo já vem

menina, menina

acorde menina
a vida não é
o mar não é
...
...
...
e ele não é

não chore, menina
que a chuva já vem


Elenise Penha
[modificada]

16 janeiro, 2008


"Céu azul estrelado com manchas negras das urzes mortas
penas de um infanticídio corrompido
remetem ao que não tive, ao que não fui..."

12 janeiro, 2008

Cheiro de mofo e dor no peito

Sorry
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like sorry
Like sorry

Forgive me
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like forgive me
Forgive me

But you can say baby
Baby can I hold you tonight
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine

I love you
Is all that you can't say
Years gone by and still
Words don't come easily
Like I love you
I love you

But you can say baby
Baby can I hold you tonight
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine...

Tracy Chapman

Voltei a sentir falta de um simples alguém a quem dizer isso.
Será se eu consigo de novo?

11 janeiro, 2008

poeminha que não é meu


Canção para uma valsa lenta.
Minha vida não foi um romance…
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amas, não digas, que morro
De surpresa… de encanto… de medo…
Minha vida não foi um romance…
Minha vida passou por passar.
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance…
Pobre vida… passou sem enredo…
Glória a ti que me enches a vida
De surpresa, de encanto, de medo!
Minha vida não foi um romance…
Ai de mim… Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso… de um gesto… um olhar…

Mário Quintana

04 janeiro, 2008

.
os fantasmas voltaram

e os demônios foram embora

02 janeiro, 2008

.

Sinto-me estranha, sem a mínima vontade de escrever... estou aqui por teimosia, por prática ou talvez por loucura.

Por-que algumas coisas não mudam?

Esse tédio me condena...

as músicas não servem
o óculos não serve
o amor não serve
a comida não serve
o amor não existe
a dor de cabeça não basta
o cabelo não serve
a bagunça não serve
as féias não servem
o estudo faz falta
a vida faz falta
que vida???